Mutações .
Enorme, exuberante nuvem solitária,
que paira no azul ,
gigante na visão diária.
Branco cumulonimbus estacionário,
com conteúdo a ser revelado ,
bilhões de litros de chuva, gelo no seu itinerário.
Parado sobre a cidade ,
suas bordas vão sendo são moldadas,
aparecem muitas figuras de diversa realidade.
O que despejará para ser visto?
Seu passar é combinação
algo de beleza e imprevisto.
Colosso, ora branco, ora azul e róseo,
a tarde prossegue no caminhar do sol,
nada se altera neste alvo.
Mas nuvem é sempre passageira,
se desanuvia, desaparece,
é de sua natureza corriqueira.
E esta que vejo não se difere,
quieta, por mais colossal que seja,
dissipa-se, desaparece.
Deixa no seu lugar
resquícios leves de algodão
quase impossível de recordar.
Os olhos perguntam
para onde foi tudo aquilo,
em poucas horas os ventos a consumiram.
São como os problemas na Terra,
surgem , desaparecem,
e o dia os encerra.
Amanhã mais nuvens;
chuva, raio, tormenta?
Visão comum para idosos e jovens.
Os tempos vem e vão,
por dias, todos com seus fins;
nuvens e problemas nunca acabarão.
A diferença está em como vê-los,
e melhor, em como esperar
o vento e a vida dissipá-los.
Odilon Reinhardt.
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