Construindo linhas.

 Construindo linhas.

 

 

 

Vias, ruelas, vias, alamedas, ruas,

estórias privadas ,

muitas existências sem estátuas.

 

Etapas e épocas passam,

vão até o último passo,

o tempo e o vento a todos empurram.

 

Em cada casa, muitas passagens,

pais e mães, filhos que se vão,

depois tudo se repete em diferentes imagens.

 

E as ruas ficam ,

de tempos em tempos sofrem reformas,

nada podem contar sobre pessoas que ali flutuam.

 

E a cidade se faz,

com a história e estória de cada um,

construtor anônimo do progresso que nunca jaz.

 

Em cada casa , terreno agora vazio ou edificação,

no endereço ou em seu entorno , esquinas ,

há sempre algo que resta para a história em evolução.

 

São linhas  sem precedentes,

nunca haverá uma última página ,

é a Curitiba e suas ruas abertas para todas as gentes.

 

Cada um escrevendo sua linha,

curta, longa mas verdadeiramente sua,

registro da vida que tem ou tinha.

 

E sempre haverá alguém dizendo:

”Antigamente aqui tinha um isso ou aquilo,

mas tudo mudou. Tudo vai desaparecendo”

 

Só ficam as linhas de registro e sinais;

se num livro, poesia, texto ou boca ,  

é o que restou da vida privada e seus bons finais.

 

E a cidade vai passando

por suas vias e avenidas,

os olhos do momento vão a tudo fotografando.  

 

 

 Odilon Reinhardt. 

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