Redondezas em Devastação.
Seguiam as aves
para algum lugar
com brancas naves.
Tinham minuto marcado,
cruzavam o céu no mesmo horário,
em voo cronometrado.
Nem mais cedo nem mais tarde,
seguiam a rotina da vida,
faziam tudo sem alarde.
Tinham a segurança da Natureza,
Iam e vinham com superioridade,
o lugar estaria lá sem surpresa.
Mas um dia o lugar não estava lá,
havia sido cortado, roçado, queimado;
as aves olhavam o que não estava mais lá.
Fugia-lhes a compreensão,
não podiam entender a nova paisagem;
quem teria o poder para tal devastação?
E aquele velho pinheiro para onde teria ido?
e as árvores com tantos ninhos,
por que haveriam de ter partido?
Havia no lugar um silêncio mortal,
nada servia de resposta razoável,
quem havia determinado um ato tão fatal?
Odilon Reinhardt
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