´poesia para Aroldo Murá




A R O L D O   M U R Á, J O R N A L I S TA   D O   C O R A Ç Ã O

                                                           Anita Zippin

 

 

Não ainda, Odone !

Não feche a redação.

Lá vem a Anita

Com a crônica na mão.

Vamos colocar naquela página.

Ao fundo, nem pensar.

Bem no centro.

Para o leitor, apreciar.

Vem ela toda faceira,

Como se fosse das cronistas

A primeira.

Sinto que sou um pouco seu padrinho

Quem manda eu dar dicas

E ela captar, de mansinho.

Gosto de com ela trabalhar

Dá gosto as ideias desta jornalista

Parece que nasceu para pensar.

Crítica construtiva,

Nem preciso arrumar.

Fala de bem com a vida,

Como eu gosto de pensar.

Sei que ela muito aprendeu

Com um pouco do jeitinho meu.

Mas tem seu próprio estilo de escrever.

Tomara seja também o jeito leve de viver.

Que saudade das pessoas que ela descreve

Parece que estão sentadas ao nosso lado,

Como se a gente voltasse no tempo.

E ouvisse de todos um até breve.

E cada cidadão ali descrito

 Vê nela um bom coração.

Acho que nem pensa na morte.

Que sorte, que sorte.

Um dia eu vou passar

E lá em cima começarei a entrevistar.

Em que jornal escrever?

Ainda não sei.

Bom que nem precisarei revisar.

Tudo virá pronto para rodar.

Voltarei e farei alguém se inspirar.

Meu jeito firme de dizer,

Sim, Aroldo subiu;

 Mas, volta e meia vem nos visitar.

Se quero uma redação só para mim?

Acho que lá em cima o diálogo não tem fim.

Vou me sentar ao lado do Criador.

Aquele que tanto prezei e

Dediquei ao próximo, muito amor.

Se me entenderam?

Pouco importa.

Vale o que as Anita irão escrever.

Se for bom, eu posso reviver.

Se for ruim, melhor eu nem ver.

Quero estar em paz com a Humanidade.

Saber que meu dever,

Cumpri até o fim, de verdade.

Quem gostarei que venha me buscar?

Lógico que a  mãe em primeiro lugar.

Pai, avós, jeito bom de me alegrar.

Sentirei falta de tantos lá em baixo.

Talvez um dia seja lembrado,

É o que eu acho!

Pode fechar agora a minha redação.

 Anita vem com a poesia na mão.

Lógico que tenho de dizer, gostei.

Ela nem deixou eu partir e,

No caminho, até chorei.

Suba amiga minha, num belo dia,

Traga sua crônica para meu jornal diário.

Com certeza, será minutário.

Ou quem sabe, segundário.

Vamos ao que interessa!

Sem despedida na hora da partida.

Quero aqui encerrar esta vida.

Vou acreditar que um dia voltarei.

E na redação do Odone eu passarei.

Se der vontade, eu ficarei.

E mais tarde, subirei.

Quem vou entrevistar agora?

Ai, Meu Deus!

Vai ser nesta hora.

Que curiosa esta bendita.

Parecia caminhando ao léu.

Mas vem ela com matéria inédita

Para eu ler no céu.

Agora nem precisa trazer em papel.

Que venha para acalentar a saudade.

Logo encontrarei a Eternidade.

Até lá, pode me esperar, Anita.

Chegarei nas suas linhas

 E as tornarei até Poesia Bonita.

Escrevemos aqui a quatro mãos.

Agora dá um abraço neste seu irmão.

Acredite na salvação!

Venha, de verdade, me pedir a benção.

Sim, beijará a minha mão.

Vá descansar e, nada de lágrima.

Sorria! Sorria!

Como gosto de ver você

Dia e noite, Noite e Dia.

Até qualquer dia!

Encontro marcado.

Na redação.

Venha sem pressa,

Mas traga a crônica

Com muita emoção.

Te esperarei.

Em seu texto,

Sim, eu estarei.

Eis aqui nossa união.

Um alento para o coração.

Do sempre Aroldo,

Seu irmão!

 

n.a; dedicado ao  jornalista e amigo Aroldo Murá Haygert, em sua passagem desta para o outro lado da rua da vida, em 3.01.2023, aos 82 anos.

(Anita Zippin, advogada, jornalista, presidente da Academia de Letras José de Alencar e Diretora do Observatório da Cultura Paranaense)


De: Tânia Cascaes <taniarosafcascaes@gmail.com>
Enviado: terça-feira, 3 de janeiro de 2023 21:03
Para: anita zippin <anitazippin@hotmail.com>
Assunto: Re: ´poesia para Aroldo Murá
 
Muito emocionante. Aroldo foi mas antes visitou muito nossa Alja. Quando no Palacete dos Leões lá estava ele sempre a apreciar as letras! 
Vá em paz, Confrade Aroldo!
Tânia Cascaes
Diretora Cultural da Alja.

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