A crônica da semana. Boa tarde, amigo.
| sex., 25 de jul., 12:28 (há 7 dias) | |||
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*Pardos na noite*
Durante dias um pensamento ficou grudado na minha mente como esparadrapo: Por que existe o ditado “a noite todos gatos são pardos”?
Fui pesquisar na Internet. Acabei batendo no Facebook. Por lá encontrei um artigo muito interessante sobre o ditado. Encontrei referências debaixo de um título “Nomes Científicos”. Fui procurar o autor, mas me pareceu confuso.
A postagem citava a UFV – Universidade Federal de Viçosa e o Prof. Rafael Rigolon. O link, ao final, indicava uma estudante. ou professora das cidades de Gotemburgo e de Erechim – RS. Fiquei confuso. Todos “gatos são mesmo pardos” na Internet. Ainda havia a referência – «La nuit, tous les chats sont gris»: signification et origine du proverbe, por Sylvie Brunet’, na p. ‘La Langue Française’ (out/2021).https://
Deixando ao lado esta confusão de citações, o fato é que a palavra “chat” referia-se tanto a “gato” como ao órgão sexual feminino, para os franceses do século XVI. Não entrarei em detalhes sobre isto, nem transformarei esta crônica numa indelicadeza à mulher, apesar do artigo citar o linguista Antoine Oudin “toutes les femmes sont belles à l'obscurité” (todas as mulheres são bonitas no escuro). Ou o adágio brasileiro “De noite, à candeia, não existe mulher feia.”
Eu observo diferenças entre elas. Todas as mulheres nascem bonitas, têm alguma graça na juventude. Algumas preservam isto na fase madura, chegando até a velhice. Muitos homens se perdem nos botecos, enchendo-se de cervejas nas esquinas, criando barrigas, ficando agressivos, por vezes. Ainda têm seres humanos que mantêm a silhueta de velhos tempos. Como diz o dito popular “ainda dão um caldo”.
Mas falava de gatos e do ditado de que “a noite todos eles são pardos”. De fato, não distinguimos se “são pretos, cinzas, pardos, amarelos, bege, malhados, rajados. Se são angorás, malteses, siameses ou vira-latas, tanto faz. Todos os gatos são iguais no escuro”, como diz o artigo. O fato é que não me dou bem com os gatos. Eles têm temperamentos fortes, por vezes dissimulados. Eu não os entendo e não quero que me entendam. Isto porque posso me iludir. Caso tivesse um deles por companhia, viveríamos até o momento em que ele me trairia ao riscar o meu braço, ou a minha face, com o seu mau humor e as suas unhas afiadas.
Disse-me o amigo D’Olho:
— Meu caro, tenha um gato. Tudo isto não seria no escuro. Você o teria na luz do dia, sem subterfúgios.
— “Tenha um gato!?” Sai pra lá! Prefiro encontrá-los no escuro. Num ambiente em que sei estaremos todos pardos. Eu e eles. Como não estudaram o ser humano, nós os estudamos. É possível eles caraminholem que enxergamos muito no breu. Assim eles teriam medo de mim, como eu também tenho medo deles. Mas ter um bichano me traindo na luz do dia, não. Definitivamente: NÃO!
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