Nada a falar.
Cada um pode sair à rua,
cheio de si,
dono da realidade sua,
tinha o ar só para si.
Logo avista alguém,
acenos e aproximação,
mas não vão além,
reflexos da solidão.
Param , se olham , desencontram-se,
não há o que falar,
esvaziaram-se,
não há o que encontrar.
Há o vazio do desencontro,
sem interesse preponderante,
um se afasta do outro,
estão cada um mais distante.
Partem por passos separados,
a calçada é via dolorosa,
vão assim entendidos,
a vida mostra-se espinhosa.
Antigos conhecidos,
sem nada para falar,
o hoje vai por instantes retidos,
cada um em seu passar.
Odilon Reinhardt.
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