Para Reinaldo Godinho
e seu mundo bem real.
Lá bem no fundo do quintal,
onde depois da chuva,
a vida continuava imortal.
Lá cada brincadeira dos filhos em infância
era eterno passa tempo e iniciação
e o tempo passava à distância.
Anos depois o mesmo quintal
já era do mundo adulto
e ficou até mais especial.
Tornou-se o local de imaginação,
oficina de poesias, meu centro de letras,
minha academia da criação e muita canção.
Ali continuou tudo a ser meu mundo,
reservado, livre , abstraído,
ali tornei-me intenso , complexo e profundo.
Dali tirei do meu interior o meu sustento,
nunca fiz o que não queria,
e é assim que a tudo supero.
Meu quintal, imortal quintal,
lugar que se mistura a minha alma ,
parte de humilde ser mortal.
Na última ventania foi-se a pitangueira,
foi seu destino , cumpriu sua jornada,
minha, de muito verão, velha companheira.
Em seu lugar plantei uma poesia,
com muito sentimento;
nasceu um livro que me deu ainda mais energia.
Á assim minha vida ,
das pedras sempre fiz estrada,
do quintal sempre meu ponto de partida.
A arte pela arte, muita alegria,
realizei meu ser ,
cumpri também a missão de pai de família.
Mas tenho muita história cheia de estórias,
nenhuma delas até hoje virou passado,
ficaram todas como parte de todos os dias.
Odilon Reinhardt .
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