Indo.

Indo.

 

 

Lá no ermo da floresta

num canto da montanha

a folha cai no riacho que resta. 

 

Com barquinho navega por entre galhos,

arrasta consigo o fim do verão,

e vai pelas pedras e bugalhos.

 

Lenta , vai descendo

nem sabe onde vai,

a água vai escorrendo.

 

Logo desce a corredeira,

pára um pouco

e depois escuta ao longe a cachoeira.

 

O riacho já virou rio,

limpo , quieto e lento ,

mostra-se aos ribeirinhos com este trio.

 

No caminho  vence a queda abrupta,

enfrenta as pedras,

vai pela mata bruta.

 

Preserva-se depois de caótica agitação,

a folhinha  ainda íntegra , segue ,

logo chega a um trecho de outra coloração.

 

Que água é esta ,

tão suja , que local é este,

que nojeira , que gente é esta?

 

O rio  passa,

foge , rápido, 

tem  força e massa.

 

Quer chegar ,

a folhinha vai indo,

pela manhã liberta-se , está no mar.


E ao chegar pode exclamar: 

 Como é lindo o mar,

aqui estão todos os riachos sem reclamar!!!!.  

 

Odilon Reinhardt. 

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