Espera .
E estamos todos neste tipo de festa,
vindos de vários lugares diferentes,
esperar seu fim é o que resta.
Tanta gente com cara de testa,
desconhecidos, gente que jamais se viu
e jamais se verá depois desta.
Todos aqui nesta sala de espera sem cerimônia,
depois haverá a solução final,
extermínio deste momento do dia.
De repente , surge um conhecido,
passo então a existir,
sou alguém , sou reconhecido.
Mas o conhecido era de um tempo tão apagado,
que nem conversa rendeu
e tudo retornou ao seu tom desmaiado.
Suplício , provocação,
todos se olhando como garças;
os números de senha revelam a aflição.
Encontros casuais com marcados fins,
humanos reunidos,
ali estranhos nada afins.
Desfile de caras frias,
elos suspensos,
repetidas e fracassadas melhorias.
O tempo perdido se arrasta.
Que gente é esta?
Aqui o atendente a todos detesta.
Animais em momento constritor,
espaço confinado, poluído,
todos esperam o chamado libertador.
Próximo!
grita o chefe do pedaço.
Já é uma salvação, ótimo!
Odilon Reinhardt.
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